No âmbito das audições que o Ministério da Justiça está a levar a efeito com os diversos operadores na sequência das anunciadas medidas de austeridade PEC III, fomos ontem recebidos em audiência pelo Senhor Secretário de Estado da Modernização da Justiça, reunião que contou com a presença do Secretário de Estado da Administração Pública.

Manifestámos veemente protesto face às medidas que afectam a generalidade dos trabalhadores da Administração Pública, nomeadamente no que respeita ao corte nos vencimentos, mas também no que respeita ao congelamento das admissões e progressões na carreira.

Vincámos a especificidade das funções que exercemos nos tribunais e alertámos para o efectivo perigo de colapso de muitos tribunais se algumas das medidas anunciadas forem aplicadas nesta área.

Particularmente a imperiosa necessidade de abertura de procedimentos de admissão para ingresso de novos funcionário, bem como não poder ser aplicada nos tribunais a proposta de congelamento dos procedimentos de acesso, fazendo ver aos responsáveis do governo presentes, que a estrutura vertical da nossa carreira corresponde a conteúdos funcionais gradualmente mais exigentes e o não preenchimento de lugares na hierarquia da carreira acarretará uma maior desorganização dos serviços e consequente desresponsabilização. A isto acresce que algumas das funções só podem ser assumidas por determinadas categorias da carreira de oficial de justiça.

Manifestamos a nossa total oposição á anunciada medida de corte nos salários e suplementos, voltando a exigir que na Lei do OE deve ser contemplada a integração do suplemento de 10% no vencimento, pois que de outro modo este seria duplamente reduzido face ao congelamento que já se verifica no seu valor desde 2008.

O Secretário de Estado da Administração Pública manifestou alguma abertura, ao afirmar que a natureza muito especial dos tribunais obrigaria a algumas situações de excepção, que poderão ser equacionadas, designadamente no que concerne á admissão de funcionários e às progressões na carreira.

Face á posição que assumimos, de intransigente oposição às medidas apresentadas e na defesa das nossas posições, os representantes Governo anunciaram a intenção de realizar nova reunião, ficando ainda o SFJ incumbido de remeter proposta sobre as admissões, acessos e integração do suplemento.

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