As audições vão decorrer ao longo da tarde, não sendo previsível que se conheçam hoje eventuais medidas de coação, já que as sessões com os italianos terão de ser traduzidas.

O interrogatório aos seis arguidos detidos pela Polícia Judiciária (PJ) no âmbito da operação "Máfia do Oeste" recomeça esta tarde em Leiria. Os suspeitos aguardam a conclusão de outro processo para começarem a ser ouvidos.

Os dois portugueses, que se encontram em liberdade, chegaram ao Tribunal de Leiria por volta das 13:45 acompanhados por familiares. A brasileira, também detida na quinta feira, entrou com o seu advogado.

A mulher vai ser ouvida pelo juiz de instrução criminal, para memória futura, no âmbito do mesmo processo, mas como testemunha. O magistrado vai ainda decretar-lhe as medidas em que incorre por estar ilegal em Portugal.

Os quatro italianos chegaram por volta das 14:30, hoje já sob algumas medidas de segurança, tendo sido escoltados pelo Grupo de Intervenção de Segurança Prisional, ao contrário do que sucedeu nos últimos dias.

Os arguidos, que conheceram no sábado os factos por que estão indiciados, vão informar o juiz de instrução criminal se pretendem prestar declarações.

As audições vão decorrer ao longo da tarde, não sendo previsível que se conheçam hoje eventuais medidas de coação, já que as sessões com os italianos terão de ser traduzidas por uma intérprete que se encontra dentro da sala de audiências.

O vice-presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, Augusto Neves, deslocou-se hoje ao Tribunal de Leiria preocupado com a alegada falta de segurança que envolve os suspeitos italianos.

Em declarações proferidas momentos antes da entrada dos arguidos, Augusto Neves estranhou que "em situações com menor envolvência tivessem tratamento diferenciado" e neste caso não exista "nenhuma polícia, nem corpo de intervenção".

O dirigente salientou também que "o próprio tribunal não dispõe de nenhum sistema de controlo de entradas", pelo que "não há nada que permita garantir a segurança com alguma razoabilidade".

Augusto Neves referiu ainda a falta de pagamento de horas extraordinárias aos funcionários judiciais.

Os arguidos são suspeitos da prática dos crimes de burla qualificada, furto e viciação de veículos, receptação, associação criminosa e branqueamento de capitais, segundo a PJ, que lhes apreendeu "diversos veículos, vários computadores e pens, muita documentação comercial, carimbos de firmas clonadas e uma arma de fogo".

A Judiciária indicou, também, que um dos detidos italianos tem pendente um mandado de detenção europeu, "por estar ligado à máfia siciliana", e faz parte de um grupo de cerca de trinta pessoas que foram presas na Sicília.

Uma outra fonte disse à agência Lusa que o italiano sobre quem pende o mandado de detenção europeu é Giovanni Lore, suspeito de ser um dos líderes da máfia siciliana.

in DN