Na passada semana, a Senhora Ministra da Justiça referiu que com a nova reforma iria poupar, por exemplo, no pagamento das horas extraordinárias aos Oficiais de Justiça. Ora, a Senhora Ministra enganou-se, ou foi enganada por quem lhe deu a informação. De facto, os Oficiais de Justiça fazem muitas horas extraordinárias, num enorme esforço para evitar a total rutura no funcionamento das secretarias dos tribunais devido à falta de funcionários. Essas horas não são pagas!

Os Oficiais de Justiça nada recebem pelas dezenas (por vezes centenas) de horas extras que anualmente trabalham! Fazem-nas com brio profissional, para minorar as deficiências. Só é possível assegurar o funcionamento de muitos tribunais graças ao elevado sentido profissional dos Oficiais de Justiça.

E a Senhora Ministra até tem feito esse reconhecimento. Desta vez foi infeliz, precipitou-se. Certamente porque também ela tem dificuldades em ver alguma vantagem nas reformas que o ‘governo das finanças' quer para a administração pública. Esperemos que o reconheça publicamente!

29.Jan.2013 - por Fernando Jorge in Correio da Manhã